Por VeritXpress
A União Europeia anunciou a suspensão da transmissão e distribuição de mais quatro meios de comunicação noticiosas russas. Desta vez foram canceladas a Voice of Europe, RIA Novosti e os jornais Izvestia e Rossiyskaya Gazeta. Já haviam sido sancionadas e proibidas os meios de comunicação estatais russas Russian Today e Sputnik.
Segundo a decisão do Conselho Europeu, a imprensa russa “têm sido essenciais e instrumentais para avançar e apoiar a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”. O fato é, que mesmo com todo o poder da imprensa ocidental agindo em conjunto como máquina de guerra da desinformação e as tentativas de bloqueios nas redes sociais, telegram e outras plataformas como o Youtube, os EUA/OTAN não estão conseguindo impor sua narrativa a população e a censura não está sendo bem-sucedida.
A medida faz parte do 14º pacote de sanções contra a Rússia. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério de relações internacionais russo, alertou em relação aos novos pacotes de sanções: “Responderemos com a velocidade da luz e de forma extremamente dolorosa para os ocidentais”.
Em entrevista ao jornal russo censurado, Izvestia, o chefe do departamento internacional da União Russa de Jornalistas (RUJ), Timur Sharif, classificou a proibição da UE como “ilegal” e disse que a questão deveria ter sido decidida por um tribunal isento.
Timur Shafir disse que a proibição impediria que os falantes de russo que vivem em partes da Europa tenham acesso às “informações alternativas” sobre acontecimentos mundiais.
Assim como está ocorrendo no Brasil, usa-se a chamada Fake News e o chamado “discurso de ódio”, ambas classificações subjetivas, imprecisas e difusas, como álibis para censurar qualquer informação “inconveniente”, sob pretexto de fazer o bem e combater a mentira. Aproveita-se do maniqueísmo e do senso comum, de que há uma informação mentirosa e, portanto, perversa, contra uma informação verdadeira e, portanto, informação virtuosa.
A realidade é que: todos os problemas não estão no que é verdade ou mentira, e sim, na criação das chamadas bolhas, possibilitadas por algoritmos e análises de metadados, cuja capacidade é prender os leitores em bolhas a qual faz o leitor receber sempre a mesma informação de várias fontes diferentes, sem que possa receber a outra versão, para compará-las
Nem a chamada Lei de fake news, PL 2360, que se tenta passar à toque de caixa no Brasil, com o apoio do monopólio midiático, trata do cerne do problema, os algoritmos e metadados. O único objetivo dessa lei e de suas irmãs européias é tentar restituir o monopólio da mentira pertencente à imprensa corporativa.
Segue abaixo a Declaração emitida pela União Europeia:
O Conselho decidiu hoje suspender as atividades de radiodifusão na União Europeia de quatro meios de comunicação social adicionais, que difundem e apoiam a propaganda russa e a guerra de agressão contra a Ucrânia: Voice of Europe, RIA Novosti, Izvestia e Rossiyskaya Gazeta.
Estes meios de comunicação social estão sob o controle permanente, direto ou indireto, da liderança da Federação Russa, têm sido essenciais e instrumentais para levar a frente e apoiar a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, e a desestabilização dos seus países vizinhos.
Em conformidade com a Carta dos Direitos Fundamentais, as medidas hoje acordadas não impedirão os meios de comunicação social visados e o seu pessoal de realizar atividades na UE para além da radiodifusão, por exemplo, investigação e entrevistas.
A Federação Russa envolveu-se numa campanha sistemática e internacional de manipulação dos meios de comunicação social e desinformação, interferência e grave distorção dos fatos, a fim de justificar e apoiar a sua agressão em grande escala contra a Ucrânia e de reforçar a sua estratégia de desestabilização dos países vizinhos, da UE e dos seus Estados-Membros.
Em particular, as atividades de propaganda, manipulação de informação e interferência têm visado repetida e consistentemente o Estado ucraniano e as suas autoridades, os cidadãos ucranianos, bem como os partidos políticos europeus , especialmente durante os períodos eleitorais, bem como a sociedade civil, os requerentes de asilo, os russos minorias étnicas, minorias de gênero e o funcionamento das instituições democráticas na UE e nos seus estados membros.
Nas suas conclusões de 21 e 22 de março de 2024, o Conselho Europeu reafirmou o apoio firme da UE à independência, à soberania e à integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e ao seu legítimo direito de autodefesa contra a agressão russa. (A UE) apelou também a novas medidas para enfraquecer a capacidade da Rússia de continuar a travar a sua guerra de agressão, nomeadamente através do reforço das sanções. [Link da decisão do Council of the European Union].