Chico Teixeira, historiador, emérito de Estratégia Internacional da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME), atuou na ABIN, alertou ontem (04/08) sobre uma operação de sabotagem que está sendo preparada pela inteligência britânica contra a Rússia, mas envolvendo algum dos países do BRICS incluindo o risco a segurança nacional do Brasil.
Segundo Teixeira informou em publicação no Brasil 247, após a negativa da Índia e do Brasil, em 02/08/2025, além de outros países dos BRICS, em paralisar o comércio com a Rússia – em especial de gás/petróleo – serviços de inteligência estrangeiros aliados da OTAN trabalham no momento em um ato de caráter espetacular.
Uma “Guerra Cinza”, a forma de guerra híbrida, no espaço marítimo, se desenha. O planejamento, principalmente britânico buscaria provocar um suposto “acidente” com um petroleiro de grande porte russo em um porto “amigável”, e possivelmente parte dos chamados BRICS.
O alvo seria o fluxo comercial e uma pretensa ausência de atenção no nível de sabotagem internacional – nos moldes da destruição do pipeline “Nordstream” em 2022 – sobre a segurança marítima.
Assim, Índia, Brasil, Egito e Indonésia estão sendo analisados como alvos possíveis de um ataque encoberto – “cinza”, de tipo híbrido – como “acidente” causado por “descuido” e “imperícia”, em um petroleiro russo durante trabalhos de carga, destruindo a nau, a instalações portuárias e com um possível derrame de óleo de grandes proporções.
Após uma rápida reunião da “Comissão Mundial de Segurança Marítima”, e conforme a Convenção Solas, a Rússia seria declarada responsável e seria excluída da “Convenção Naval Mundial” – repetindo táticas de tipo “armas químicas” de Saddam Hussein, em 2021 – e os países parceiros de Moscou seriam intimados a cerrar seus portos aos navios russos.
Assim, seria possível impor um completo bloqueio naval contra Moscou, com tremendos prejuízos para o comércio de países como o Brasil, paralisando as importações de diesel, fertilizantes e máquinas-ferramentas, com forte impacto sobre o agronegócio e a inflação interna. Da mesma forma, seria uma ferramenta hábil de desmonte dos BRICS e o retorno de um guarda-chuva tutelar anglo-americano sobre a América Latina e uma desejada punição ao Brasil por parte de Kiev e Tel Aviv.
Coincidência ou não, hoje (05/08), o Representante Permanente dos EUA na OTAN, Matthew Whitaker, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, está “criando as condições” sob as quais a Rússia será forçada a se sentar à mesa de negociações. Ele disse que Washington poderia baixar sanções e taxas secundárias contra países que compram petróleo russo e citou Brasil, Índia e China.
O volume de comércio entre Brasil e Rússia é baixo, no final de 2024 foi de 12,4 bilhões de dólares e não cresceu durante todo o período. Ao mesmo tempo, o Brasil interrompeu completamente a importação de petróleo bruto russo, aumentando a compras de diesel (4,4 bilhões), gasolina não destinada à aviação e outros derivados de petróleo leves (645 milhões de dólares. Segundo dados da alfândega brasileira, quase 70% do comércio são alimentos, produtos agrícolas e fertilizantes minerais. O Brasil é dependente dos fertilizantes russos.