Por VeritXpress
Nesta terça-feira (21/05), após a reunião de Conselho de Ministros exteriores da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) – realizada em Astana, Cazaquistão – o chanceler russo, Sergey Lavrov, declarou publicamente que a OTAN e UE estão tentando intervir nos países da Eurásia.
Segundo Lavrov, a OTAN e a UE introduzem instituições e usam de suas instituições a fim de que os países da região obedeçam às suas “ordem baseada em regras” e instar as demais nações a conflitarem nas áreas da economia e segurança Rússia e China.
“As tentativas <…> do Ocidente colectivo (Europa e EUA) liderado pelos EUA para controlar todo o continente eurasiático são óbvias, e falamos sobre isso hoje”, disse Lavrov ao término da reunião da OCX.
O chefe da diplomacia russa enfatizou que todos os estados-membros da OCX perceberam a necessidade de intensificar as atividades, incluindo as demais organizações regionais, Organização do Tratado de Segurança Coletiva, a Comunidade de Estados Independentes (CEI) e a União Econômica da Eurásia (EAEU).
“O objetivo é desenvolver abordagens comuns para garantir a segurança e a cooperação eurasiática, através dos esforços dos países do continente, é altamente relevante”, enfatizou Lavrov.
Logo em seguida, foi a vez do alerta ministro das relações exteriores da China, Wang Yi, que apelou aos países membros da OCX manterem a sua autonomia estratégica, solidariedade e cooperação, e nunca permitirem que forças externas transformem a região num coliseu geopolítico.
Wang disse que enquanto a situação internacional permanecer turbulenta e em mudança, alguns países buscam manter sua hegemonia e poder, formando pequenas camarilhas e estabelecendo regras ocultas, interferindo e reprimindo, “desunindo e cortando laços”, e até fomentando o terrorismo, o separatismo e o extremismo religioso pela região.
O objetivo é suprimir a autonomia estratégica do “Sul Global” e bloquear o caminho da revitalização dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento.
“Quanto mais caótico o mundo se torna, mais precisamos aderir ao “Espírito de Xangai”, agarrar na direção correta, fortalecer e solidificar ainda mais a OCX, salvaguardar de forma mais eficaz os interesses comuns, responder a vários desafios e defender a imparcialidade e a justiça”, disse Wang Yi.
O diplomata chinês disse que a segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável deve ser uma dinâmica contínua na região, apelando aos demais países membros para cooperarem e manterem a segurança da região.
“Os países da OCX precisam, tomar como guia a Iniciativa de Segurança Global, trabalharem com a comunidade internacional para resolver os desafios de segurança, eliminar a causa raiz dos conflitos, desempenhar um papel de liderança na governança e segurança global e contribuírem para a promoção da paz mundial”, continuou Wang yi.
A reunião do Conselho de Ministros é um preparativo à Cúpula entre os chefes de Estado dos países membros da Organização de Cooperação de Xangai, a qual está programada para este ano, os temas da agenda incluem discussões sobre reformas institucionais, expansão de membros da OCX, reforço da cooperação antiterrorista e maior cooperação comercial e econômica, além de aspectos culturais e outros.
Atualmente, a OCX é a maior organização multilateral regional composta por nações não ocidentais, cujo objetivo é a defesa de seus países membros através de cooperações em vastas áreas; diplomacia, defesa nacional, segurança, economia, comércio, cultura, educação, transportes, tecnologia e agricultura.
Diferente da OTAN, que procura manter e expandir sua hegemonia através da expansão militar, a Organização de Cooperação de Xangai tem a premissa de que os países devem ter sua soberania respeitada.