Segundo o jornal Politico EU, os seis líderes da União Europeia chegaram a um entendimento sobre os principais cargos do bloco europeu. A alemã Ursula von der Leyen será reeleita, o português Antônio Costa será indicado ao Conselho Europeu e a Primeira-Ministra da Estônia, Kaja Kallas, substituirá Josep Borrell nas Relações Exteriores e Política de Segurança europeia. A seguir haverá uma reunião dos líderes da UE em Bruxelas, na quinta-feira, na qual os três nomes serão apresentados para aprovação.
Os seis líderes da UE que negociaram os principais cargos foram o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou anteriormente que ficaria descontente se não participasse das negociações, pois o seu grupo político tornou-se o terceiro maior no Parlamento Europeu depois da recente eleição. No entanto, Meloni não fez parte da decisão de terça-feira
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, em entrevista a mídia alemã Funke disse que Ursula von der Leyen deveria ser substituída da presidente da Comissão Europeia, citou que os cinco anos de Ursula von der Leyen no cargo foram os piores da história da organização e que ela é ineficiente.
“Os últimos cinco anos foram provavelmente os piores cinco anos da história da UE. Os sucessos da Comissão Europeia e da elite de Bruxelas são escassos”, disse Orban. O primeiro-ministro disse que as eleições para o Parlamento Europeu mostram que o povo quer mudança em Bruxelas. “Mas do jeito que as coisas estão agora, a mesma coalizão governante permanecerá no poder. Não estou feliz com a forma como as coisas estão indo”, disse o primeiro-ministro. “Temos um problema estrutural”, enfatizou Orbán.
Quem é Kaja Kallas, apelidada de a “Dama de Ferro da Europa”
Kaja Kallas foi apelidada de “a Dama de Ferro da Europa” justamente por sua belicosidade contra a Rússia. A líder estoniana é uma crítica inveterada da Rússia e uma das maiores apoiadoras da guerra por procuração na Ucrânia, defensora de que a União Europeia faça uma corrida armamentista contra a Rússia. Declarou insistentemente que os EUA deveriam mandar mais armas à Ucrânia.
Kallas mandou destruir monumentos da época da União Soviética, incluindo o monumento aos soldados soviéticos em homenagem aos que lutaram na Segunda Guerra Mundial contra os nazistas.
Ela já se ofereceu na disputa para suceder Jens Stoltenberg como secretário-geral da OTAN. No entanto, diplomatas da UE afirmaram que alguns membros consideram Kallas “agressiva demais” para ficar no cargo. Ela pressionou a UE por planos mais abrangentes para armar os três Estados bálticos — Estônia, Letônia e Lituânia.
Kallas é de uma das famílias fundadoras da Estônia, é filha de Siim Kallas, o 14º primeiro-ministro da Estônia, seu foi Eduard Alver, um dos fundadores da República da Estônia, em 1918.
Não há dúvidas que a escolha de Kallas escalará ainda mais os ânimos belicistas da União Europeia à Rússia e coloca o mundo na soleira de uma Terceira Guerra Mundial. É um sinal claro ao Kremlin que a Rússia corre um risco existencial. Reino Unido, França, Itália entre outros discutem mudar as legislações nacionais tornando o alistamento militar obrigatório.