O vice-ministro das relações exteriores russo, Sergey Ryabkov, disse em entrevista à Tass (30/11), que os EUA estão escalando os conflitos e por isso, Moscou examina a possibilidade de retornar os testes atômicos.
O Ministro foi questionado se Moscou poderia retomar os testes nucleares em resposta às políticas de escalada dos EUA, ele respondeu: “Há essa questão. Não quero pressagiar nada, mas simplesmente direi que a situação é bastante complicada. Ela está sob revisão constante na totalidade de todos os seus elementos e em todos os seus aspectos.”
Em fevereiro deste ano, Vladimir Yermakov, diretor do Departamento de Não Proliferação e Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse à TASS que alguns sinais indiretos indicavam que havia uma chance de Washington retomar os testes nucleares em larga escala. A liderança russa alertou na época que se os EUA tomassem esse caminho, Moscou seria forçada a responder na mesma moeda.
Há meses Kremlin alerta que com a participação cada vez mais ativa e aberta dos EUA e OTAN na guerra por procuração na Ucrânia, Moscou ponderava a revisão da doutrina do uso de armas nucleares russas para adaptá-lo à situação atual. Na terça- feira passada (19/11), o Presidente Vladimir Putin assinou o decreto que ampliou as possibilidades do uso de armas nucleares, após os EUA autorizarem o uso de armas de longo alcance pelos ucranianos.
O anúncio foi feito por Biden em plena Cúpula do G20 no Brasil. Moscou considerou a declaração de Biden como a entrada de Washington diretamente no conflito. Constam entre as atualizações dos protocolos do uso de armas nucleares que ataques ao território russo por aeronaves, mísseis de cruzeiro e mesmo por aeronaves não tripuladas podem desencadear uma resposta nuclear.
Outro item importante é que a agressão contra a Federação Russa e (ou) seus aliados por parte de qualquer Estado não nuclear com a participação ou apoio de um Estado nuclear é considerada um ataque conjunto, portanto, Moscou poderá retalhar o Estado nuclear aliado que forneceu as armas, suporte técnico, logístico, militar etc. Em resumo, o Estado mandante.