O primeiro-ministro holandês Mark Rutte é anunciado como o próximo secretário-geral da OTAN, em substituição a Jens Stoltenberg, que deixará o cargo de chefe da OTAN em outubro, depois de presidir a organização por quase 10 anos.
Stoltenberg elogiou a escolha de seu substituto: “Mark é um verdadeiro atlanticista, um líder forte e um construtor de consenso”, “sei que estou deixando a OTAN em boas mãos,”declarou o atual chefe da organização.
A escolha de Rutte já estava certa depois que o presidente da Roménia retirou a sua candidatura, ainda mais porque Rutte teve o apoio dos EUA e do Reino Unido desde o início. A escolha do primeiro-ministro holandês parece ter sido uma adaptação para a vitória de Donald Trump à presidência dos EUA, nas eleições que ainda nem aconteceram, a eleição à presidência dos EUA será em outubro de 2024.
Em 17 de fevereiro deste ano, durante a Conferência de Segurança de Munique, Rutte disse: “Parem de reclamar, reclamar e reclamar de Trump”, em outra ocasião Rutte afirmou que: “Trump esteve sempre “certo” ao exigir mais da UE”, referindo-se a cobrança feita por Trump, exigindo que os países da União Europeia deveriam pagar mais pelos custos da OTAN.
Ainda primeiro-ministro da Holanda, Rutte, em visita ao então Presidente Trump a Washington em 2019, Trump disse que os dois se tornaram “amigos”. Rutte concordou com a cabeça, respondendo: “Certamente”.
Mark Rutte foi primeiro-ministro da Holanda por 13 anos, quando deixou o cargo ano passado. Conhecido nos Países Baixos como o “primeiro-ministro Houdini” pela sua capacidade de tergiversar em temas delicados da política. Como podia se esperar como um atlanticista, ele é um crítico ferrenho ao presidente russo, Putin, é um dos principais aliados da Ucrânia, é considerado uma das forças motrizes na UE do apoio militar à guerra por procuração ucraniana e forneceu tanques Leopard 2 e outros armamentos ao país.
Declarou que a derrota de Moscou no campo de batalha é essencial para garantir a paz na Europa. Em setembro de 2022, disse ele nas Nações Unidas: “Ele [Putin] não vai parar na Ucrânia se não o pararmos agora. Esta guerra é maior que a própria Ucrânia. É sobre defender o estado de direito internacional”. Ele se tornou um grande defensor e aliado de Volodymyr Zelensky.
Rutte trabalhou com Merkel para mediar um acordo com a Turquia para conter o fluxo de migrantes e, em julho, viajou para a Tunísia ao lado de von der Leyen e da italiana Giorgia Meloni para negociar um acordo contra a migração.
Quanto se a política da OTAN mudará na presidência de Mark Rutte, Segundo Maria Zakharova, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, nada irá mudar, o Secretário-Geral da OTAN em particular, não toma as decisões, são os EUA quem as toma.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que a nomeação de Mark Rutte como chefe da OTAN dificilmente mudará a linha hostil da OTAN em relação à Rússia. “ Esta escolha dificilmente pode mudar alguma coisa na linha geral da OTAN e dos seus estados-membros, que tanto separadamente, como juntos como uma aliança sob a liderança direta dos EUA, estão trabalhando para infligir uma derrota estratégica à Rússia”, “neste momento esta é uma aliança que nos é hostil”, disse Peskov.