Recentemente o The Washington Post noticiou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ao presidente dos EUA, Joe Biden, que Israel planeja atacar alvos militares no Irã, mas não instalações nucleares ou petrolíferas. Os EUA enviaram a Israel um sistema de defesa contra mísseis balísticos, THAAD (Terminal de Defesa Aérea de Altitude Elevada), levando a crer que Tel Aviv se prepara para atacar o Irã.
A maior arma iraniana está além de seus drones e a missilística precisa, é em caso de se atacado fechar o Estreito de Ormuz no Golfo Pérsico. Pelo golfo passa 21% do consumo global diário de petróleo, o fluxo de petróleo é em média de 21 milhões de barris por dia (bpd), previsões estimam o aumento do preço do barril de petróleo cru para cerca de 350 dólares. Impactando não apenas o valor do petróleo como do gás natural, por causa do GNL do Catar.
Em caso de interrupção do fornecimento de petróleo pelo fechamento do estreito, apenas a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos têm oleodutos operacionais para contornar o Estreito de Ormuz, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA . A agência internacional de Energia (EIA) estima que cerca de 3,5 milhões de bpd de capacidade efetiva não utilizada desses oleodutos poderiam estar disponíveis para contornar o Estreito de Ormuz. O que é insuficiente para compensar nem um dia de um possível bloqueio.
O mercado de petróleo não acredita que um fechamento do Estreito de Ormuz esteja próximo, pois os EUA não deixariam Israel escalar a guerra a esse ponto. Entretanto, Tel Aviv não apenas deseja ampliar a guerra como já o está fazendo, aproveitando as amarras do governo dos EUA durante esse período eleitoral.
Analistas de mercado acreditam que o risco parece remoto, pois tanto os EUA quanto a China tentariam reabrir o Estreito se ele fosse bloqueado. Analistas da corretora de petróleo PMV disseram: “[Será que] os EUA realmente permitirão que Israel exploda instalações de petróleo na fronteira de seu antagonista durante um ano eleitoral? O Irã realmente fechará o Estreito de Ormuz, o que não só cortará as exportações dos vizinhos, mas também sua própria e única fonte de renda internacional?”.
Simon Watkins; jornalista financeiro, ex-operador e vendedor sênior da FX; é otimista e acredita que o Ocidente tem capacidade de tomar medidas diretas para preencher o fornecimento no mercado de petróleo. Entretanto, ele admite que o Ocidente não teria a capacidade de sustentar um fornecimento regular por mais do que alguns meses.
Watkins afirma que a Reserva Estratégica de Petróleo (SPR) dos EUA contém atualmente cerca de 383 milhões de barris de petróleo, e isso poderia ser usado para gotejar no fornecimento global geral e os países membros da Agência Internacional de Energia (AIE) têm reservas estratégicas coletivas de petróleo de cerca de 1,2 bilhão de barris.
Segundo a previsão da AIE, os estados membros mantêm reservas de petróleo equivalentes a pelo menos 90 dias de importações líquidas de petróleo e estas estariam prontas para serem usadas em uma emergência. Watkins conta que a OPEP manteria seu fornecimento e as estimativas são que a capacidade excedente total da OPEP pode chegar a cerca de 3-4 milhões de barris por dia. Falta combinar com os russo, venezuelanos e demais membros da OPEP.