Por VeritXpress
Desde terça-feira (05/01), ondas de protestos irromperam em Mogadíscio, capital da Somália. Segundo a imprensa somaliana, milhares de populares foram às ruas em defesa da soberania, com gritos entoados de “Morta ou Vitória” e “a Somália pertence aos somalis”.
Na segunda-feira, após encontro entre o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, e o presidente da república separatista da Somalilândia, Muse Bihi Abdi, a Etiópia reconheceu a independência da região separatista de Somalilândia na Somália.
Desde 1991 a Somalilândia tem uma independência de fato, mas a Somália afirma que nunca tenha reconhecido formalmente a região como um Estado Soberano. Embora Somalilândia insista que o reconhecimento já foi acordado e resolvido anteriormente.
Em troca do reconhecimento internacional tão almejado dado pela Etiópia, Somalilândia arrendará 20 km em sua costa marítima no Mar Vermelho e permitirá a construção de uma base militar à Etiópia, a qual não tem saída ao mar. O acordo também prevê o recebimento de ações da companhia aérea etíope, Ethiopian Airlines.
Manifestantes em Mogadíscio foto: SONNA
O Governo somaliano declarou: “Como governo, condenamos e rejeitamos a violação ilegal da Etiópia à nossa soberania nacional e integridade territorial” e “Nem um centímetro da Somália pode ou será cedido para ninguém.”, disse o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, pouco depois de convocar uma sessão de emergência de seu gabinete.
O Governo etíope declarou que: “O acordo é mutuamente benéfico e a Etiópia partilhará experiência militar e de inteligência com a Somalilândia, para que os dois estados possam colaborar na proteção de interesses comuns” e “para facilitar isto, a Etiópia estabelecerá uma base militar na Somalilândia, bem como uma zona marítima comercial ”, disse Redwan Hussein, conselheiro de segurança nacional ao anunciar o acordo.
As tensões permanecem subindo e a solução permanece indefinida.
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