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Lula, Brasil e BRICS: anatomia de uma traição

"A postura da liderança brasileira tem sido vergonhosa, investiu capital político para apoiar a adesão da Argentina, mas veto a Venezuela e Nicarágua do BRICS"

by Redação VeritXpress
25 de outubro de 2024
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Lula, Brasil e BRICS: anatomia de uma traição

Imagem meramente ilustrativa

Autoria Quantum Bird, editor do Saker Latinoamérica.

Temos repetidamente indicado o desconforto crescente com os rumos que as políticas externa e doméstica brasileiras têm tomado sob a terceira administração de Lula. Uma coleção representativa de nossas críticas pode ser encontrada no artigo “Então esse é o custo da liberdade de Lula?”, e artigos ali referenciados. Como indicado recentemente, trata-se de uma fuga contínua para um futuro cada vez mais implausível, em um jogo de expectativas fomentadas por um histórico de sucesso – os dois primeiros mandatos de Lula – e promessas constantemente renovadas, mas que nunca são de fato mantidas quando a oportunidade se apresenta. Em uma palavra, uma frustração de dimensões continentais.

A notícia de que o Presidente Lula não participaria da Cúpula dos BRICS em Kazan, na Rússia, devido a um acidente doméstico – a versão mais difusa relata uma queda no chuveiro – chegou aos observadores mais atentos como um mau presságio. De fato, a presença de Celso Amorim, assessor especial do presidente para política externa, na mídia nativa informando sobre o acidente e assegurando a boa saúde de Lula não poderia jamais ser associada a algo de positivo. O diplomata tem sido cada vez menos discreto sobre sua “preferência” pelo G20 em contraposição aos BRICS como plataforma para relações multilaterais.

O mau presságio se confirmou hoje, com a notícia sobre o veto do governo brasileiro à adesão da Venezuela e da Nicarágua aos BRICS. Amorim justificou assim:

“Talvez ainda não seja possível chegar a uma conclusão. Não estou preocupado com a entrada ou não da Venezuela, não estamos fazendo julgamento moral e nem político sobre o país em si. O Brics tem países que praticam certos tipos de regime, e outros tipos de regime, a questão é saber se eles têm capacidade pelo seu peso político e pela capacidade de relacionamento, de contribuírem para um mundo mais pacífico.”

Hã!… o quê?

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Algumas perguntas válidas. Relacionamento com quem? Como exatamente o Brasil estaria contribuindo para um mundo mais pacífico quando a liderança do país prejudica e atrasa, indefinidamente, a resolução de uma crise derivada de uma tentativa de golpe de Estado e mudança de regime, que poderia muito bem ter levado a uma guerra civil no país vizinho?

Ou quando, apesar de todo discurso denuncista, continua negociando insumos diversos com Israel, suportando indiretamente o genocídio em Gaza?

Doutrina Monroe, pretos da casa e pretos do campo

Na verdade, a postura vergonhosa da liderança brasileira, que investiu pesadamente seu capital político nos BRICS para apoiar a adesão da Argentina ao grupo, e se recusa a permitir a adesão da Venezuela e Nicarágua, é apenas aparentemente contraditória. Como tudo relacionado aos BRICS, a chave está no conceito de soberania.

De fato, desde o impeachment de Dilma Rousseff, sucessivas administrações têm se esforçado para consolidar e aprofundar, a arquitetura de austeridade, dependência econômica e soberania reduzida, resultante da liquidação de recursos e infraestrutura estratégica devido à capitulação da liderança -flagrantemente inepta – de esquerda aos ataques híbridos dos EUA, via Operação Lava Jato e outras ações, na primeira metade da década passada. Tudo somado, em 2024, não faltam evidências para constatar a disposição da liderança brasileira em se adequar à Doutrina Monroe 2.0, que vem sendo vocalmente promovida pela General Laura J. Richardson, chefe do Comando Sul das Forças Armadas estadunidenses.

Nesse contexto, o Brasil se reposiciona para ser o capitão-do-mato da região – ou o preto da casa, como diria Malcom X – agindo, por um lado, como um representante brando das políticas intervencionistas de Washington na América do Sul, e pelo outro, atuando como uma válvula de contenção para evitar a expansão dos BRICS na área. A principal nuance dessa política consiste em não permitir a entrada de países soberanos, que rivalizam abertamente com os EUA, e se relacionam diretamente com Rússia, China e Irã sem a mediação brasileira. 

Por isso, na ótica míope das elites compradoras brasileiras, não há problemas em apoiar a Argentina, que se posicionou como um membro júnior e canalizou suas demandas via a diplomacia brasileira desde o início. Venezuela, Nicarágua e Cuba são países genuinamente soberanos, com relações bilaterais independentes com outros membros dos BRICS, e fora da esfera de influência de Washington na região. Novamente, apenas observem o congelamento ou deterioramento contínuo das relações bilaterais com estes países.

Inversões em cadeia

As eleições federais de 2022 converteram o Brasil em um membro genuíno do clube das democracias liberais ocidentais. A arquitetura política baseada em uma aliança ampla de centro-direita que disputa as eleições contra uma extrema-direita, replicando os EUA e a UE, tornou o voto popular obsoleto. A polarização foi transferida da luta de classes para divergências sobre costumes e morais individuais. As ONGs multinacionais se apropriaram das representações populares nos fóruns colegiados. O inimigo externo, historicamente identificado como sendo os EUA, desapareceu do discurso da classe política e amplos setores populares, associados a igrejas evangélicas, se tornaram o inimigo interno.

Democracias liberais só podem ser administradas fazendo uso intensivo de inversões políticas, culturais e cognitivas. Golpes de Estado contra governos democraticamente eleitos para defender a democracia. Censura em massa para proteger a liberdade de expressão. Imposição de padrões socioculturais para defender a diversidade. Liberalização econômica, que acarreta concentração de renda, para fomentar prosperidade. Redução do Estado, programas sociais e privatização da infraestrutura pública para melhorar os serviços. Etc.

Em 2024, todos esses elementos estão presentes nas políticas externas e domésticas brasileiras. No que diz respeito ao BRICS, a principal inversão sendo operada neste momento consiste no veto à adesão da Venezuela e da Nicarágua, que nega totalmente o propósito da organização como um promotor de multipolaridade e uma plataforma para exercício de soberania. 

Basicamente, a retórica superficial e obtusa de Lula, Celso Amorim e Mauro Vieira pouco importam, pois o fato é que dois países soberanos da América Latina, que ousam enfrentar o imperialismo do Ocidente Coletivo na região e perseguem a melhoria das condições para seu povo, foram impedidos de aderir ao principal instrumento de mudança nessa direção.

A alavancagem do poder de veto no BRICS como um instrumento para implementar, indiretamente, as políticas imperialistas do Ocidente Coletivo na América Latina constitui um ato de sabotagem econômica e geopolítica, que inexoravelmente terminará qualificando a diplomacia brasileira como um Cavalo de Tróia dentro da organização. Além disso, coloca sob questão o mecanismo de decisão por consenso entre membros, em vigor nos BRICS, além acender um alerta vermelho sobre a candidatura de países como a Turquia, que como membro da OTAN estaria automaticamente em posição de jogar da mesma forma na Ásia Central.

Por que é uma traição?

A resposta é direta e simples. Lula não foi eleito sob a premissa de operar a conversão definitiva do país em uma democracia liberal, nem de consolidar o Brasil como um tenente-vassalo dos EUA na América Latina. Os milhões de trabalhadores que votaram em Lula acreditaram sinceramente em suas promessas de que haveria um esforço para recuperar a estatura e a infraestrutura estratégica do Brasil e um exercício amplo de solidariedade para com nossos parceiros no continente. Lula não está senil o suficiente para esquecer a plataforma sobre a qual foi eleito, e compreende muito bem que sua eleição será por um período indeterminado o último exercício de voto popular de fato para eleger um governante com base em um programa de recuperação política, social e econômica de fato progressista.

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Então, o que mudou no homem entre 2010 e 2022?

Uma explicação muito popular sugere que Lula versão 3.0 é um refém que negociou sua saída da prisão, e o resgate de sua dignidade pessoal, com os seus algozes nativos, e ultramarinos, em troca dos votos necessários para vencer Bolsonaro em 2022 e garantir a chegada da Frente Ampla para Democracia ao poder, restaurando a normalidade política no país em torno de um novo pacto de liberal de centro-direita. Pessoalmente, acredito que há alguma verdade nisso. 

Segundo os proponentes desta teoria, tratar-se-ia de um político sob chantagem, como atesta, por exemplo, a iniciativa dos EUA de investigar a compra dos caças Gripen pela força aérea brasileira em 2014. A negociação motivou uma denúncia, no âmbito da Operação Zelotes, de suposto tráfico de influência de Lula e um de seus filhos no negócio. O inquérito foi arquivado em 2022 por Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, e atual ministro da Justiça, por inconsistência absoluta de provas e indícios. 

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O fato é que Lula foi preso com base em processos desse tipo e alguns de seus acusadores mais ferrenhos, agora fazem parte de seu governo. O vice-presidente é um excelente exemplo. Ao contrário do que parece à primeira vista, esta explicação não escusa Lula. Se for de fato assim, estamos sob a liderança de um homem que colocou suas circunstâncias pessoais acima do bem-estar presente, e futuro do seu povo, e, portanto, não estaria à altura da tarefa de guiar o Brasil rumo à multipolaridade como país soberano e leal aos seus parceiros geopolíticos.

Publicado em Saker Latinoamérica.

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Tags: BrasildiplomaciaEUAItamaratyVenezuela
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