Por VeritXpress
Em 17 de maio, o governo russo anunciou pela primeira vez que uma frota sairia dos portos russo para realizar exercícios, mas na altura não especificou o seu destino. Na terça-feira passada, o comandante-chefe da marinha russa comunicou à imprensa que navios de guerra russos fariam uma parada no porto de Cuba em 12 de junho como parte de uma missão de cooperação internacional.
O Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse na mesma semana que uma fragata russa, a Almirante Gorshkov, chegaria ao Caribe acompanhada por um submarino nuclear, o Kazan, e dois navios auxiliares para uma estadia de seis dias.
Em 11 de junho, a marinha dos EUA suspeitou o avistamento, a menos de 30 milhas náuticas da costa da Flórida, o submarino nuclear de ataque Tipo 885M, o mais avançado da Marinha Russa, “Kazan”, e a fragata Tipo 22350, “Almirante Gorshkov“, acompanhados de navio-tanque “Pashin” e do rebocador de salvamento “Nikolai Chikel.
A Marinha dos EUA despachou aeronaves de patrulha anti-submarino P-8A Poseidon e destróieres da classe Arleigh Burke, USS Truxtun (DDG-103) e USS Donald Cook (DDG-75), o cruzador da classe Legend da Guarda Costeira, USCGC Stone (WMSL-758), o Canadá também enviou a fragata da classe Halifax para monitorar a frota russa e tentar localizar o submarino.
No entanto, a localização exata do submarino Kazan não é sabida, ele poderia estar em qualquer lugar, quanto a flotilha, se permanecer unida, só pode se mover tão rápida quanto seu navio mais lento, provavelmente cerca de 10 nós, afirmam especialistas.
Embora não esteja claro quais armas os dois navios usaram durante os testes na terça-feira, a publicação estadunidense especializada em militarismo, The War Zone, afirma que os navios russos transportam mísseis avançados como “Kalibir” e “Zircon”. O Kazan tem capacidade de lançar até 40 Kalibirs e um número desconhecido de Zircons, as fragatas também têm capacidade de utilizar mísseis de cruzeiro de ataque terrestre com alcance de 1.600 milhas, mísseis de cruzeiro anti-navio P-800 Oniks e o hipersônico 3M-22 Zircon.
O Comando Norte dos EUA declarou que: “De acordo com os procedimentos padrão, temos monitorado ativamente os navios russos enquanto eles transitam pelo Oceano Atlântico em águas internacionais. Os meios aéreos e marítimos sob o Comando Norte dos EUA conduziram operações para garantir a defesa dos Estados Unidos e do Canadá. Os destacamentos da Rússia fazem parte da atividade naval de rotina que não representa nenhuma ameaça ou preocupação direta para os Estados Unidos.”
Entretanto, enquanto as autoridades dos EUA estão monitorando de perto as movimentações. A The War Zone afirmou que esta é uma boa oportunidade para coletar as características eletromagnéticas e acústicas das fragatas russas e do mais avançado e silencioso submarino nuclear do mundo, os da classe “Yasen-M”.
Após visita a Cuba, a frota visitará os portos venezuelanos. O Ministério da Defesa russo disse que o Kazan e a fragata avançada de mísseis guiados, Almirante Gorshkov, realizaram testes de mísseis antinavio no Oceano Atlântico contra alvos com alcance de mais de 350 milhas antes de retomarem os planos na quarta-feira feito para uma visita ao porto de Havana.
O porta-voz do Pentágono, Dietz, também disse à CNN na semana passada que as autoridades dos EUA acreditam que a implantação de submarinos nucleares pela Rússia se deve em parte à insatisfação do governo cubano com a visita do submarino de ataque nuclear da classe “Los Angeles”, USS Pasadena, à Baía de Guantánamo no ano passado.
Um funcionário dos EUA revelou que a frota naval russa realizará exercícios conjuntos com bombardeiros de longo alcance no Caribe nas próximas semanas. Este será o primeiro exercício marítimo e aéreo simultâneo da Rússia no Caribe desde 2019.