Por VeritXpress
Semana passada ocorreu a World Defense Show, uma exposição de defesa realizada na Arábia Saudita. As empresas turcas fizeram sucesso e fecharam grandes negócios no fornecimento de seus novos equipamentos militares. Ano passado, a indústria militar turca recebeu encomendas no valor de 10,2 bilhões de dólares, após a exposição deste ano, houve o dobro de pedidos do ano passado.
Surpreendente mesmo não é o sucesso da indústria bélica turca, mas o fato da Turquia ter desenvolvido em tão pouco tempo uma indústria de defesa de excelência e bem-sucedida. Há 10 anos a Turquia era dependente da compra de armamentos estrangeiros, muitas vezes tendo seus pedidos negados e tendo acesso a armamentos ultrapassados e de segunda linha. Foi em 18 de maio de 2014 que o exército turco teve a sua primeira espingarda de infantaria produzida por seu país.
Diversas empresas turcas destacaram-se na World Defense Show e celebram vários acordos. Os veículos navais não tripulados Marlín da Aselsan foram bem recepcionados pela Arábia Saudita. A TAI produzirá o helicóptero T625 Gökbey junto com os sauditas.
A TAI também assinou acordo com o EDGE Group, grupo da indústria de defesa dos Emirados Árabes Unidos. Nos últimos tempos, os sauditas não conseguiram comprar o Eurofighter e os Emirados não conseguiram comprar o F-35 devido a sanções (não) declaradas. Os turcos esperam que ambos os países adiram ao caça de 5º geração, KAAN.
O maior interesse foi pelos drones turcos
Durante a exposição revelou-se a fabricação de drones do Grupo Baykar na Arábia Saudita e a venda de mais 60 veículos aéreos de combate não tripulados (UCAVs) Akinci. Também se soube que o Grupo Baykar iniciou a construção de uma fábrica em Kiev, onde produzirá 120 unidades de UCAVs Bayraktar TB2 por ano.
O ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, disse que os UCAVs turcos também serão vendidos ao Egito. Assim, quando concretizados, os UCAV fabricados na Turquia serão vendidos a todos os principais países árabes do Médio Oriente.
Ancara pretende dar um upgrade em seus equipamentos, solicitou a Washington o motor F110 usado nos F-16. Como os motores dos atuais UCAVs não são muito grandes, seus drones podem voar com carga útil máxima de 1,5 toneladas. Entretanto, se o motor F110 for usado, seus drones poderão transportar até 7 toneladas de carga útil e a velocidade triplicará. Não se sabe se os estadunidenses fornecerão o F110, mas o projeto de um motor doméstico equivalente foi iniciado e dentro de 10 anos os turcos terão veículos totalmente produzidos internamente.