Nesta segunda-feira (29), nove soldados israelenses foram detidos para interrogatório por estuprar prisioneiros palestinos na base de Sid Tayman, conhecida pela população local como a Guantánamo de Israel. O Israel’s New News informou que os guardas desta prisão causaram ferimentos graves no reto de um “suposto” membro do “Hamas” do sexo masculino, que foi “capturado” em Gaza. Entretanto, todos e quaisquer palestinos são classificados como pertencentes ao Hamas para legitimar suas prisões.
A detenção dos soldados israelenses para averiguação provocou uma forte reação da direita sionista de Israel. Mais de 1.200 israelenses foram onde estavam detidos os soldados israelenses, às bases militares de Stet Tayman e de Belt Lid, exigindo a libertação dos soldados. Entre o grupo de manifestantes havia soldados aposentados e parlamentares. Rapidamente o protesto transformou-se em tumulto, quando os manifestantes forçaram a entrada na base na tentativa de libertar os soldados detidos.
⚡️We knew that the Israeli societies are divided. But who would have thought that they almost got into a civil war over the right to rape and torture Palestinians ?
The mutiny is so bad that Top IDF officers, including Chief of Staff Lt. Gen. Herzi Halevi, stopped critical… pic.twitter.com/G3A6DoEZPZ
— Middle East Observer (@ME_Observer_) July 29, 2024
Como a pressão internacional a Israel tem aumentado justamente pelos sucessivos e crescentes relatos de maus-tratos aos palestinos presos e pelo genocídio em Gaza. A polícia foi chamada aos locais para impedir a invasão às bases militares. Em maio, o Departamento de Estado dos EUA declarou que iria investigar as alegações de maus tratos e em junho, a Associação de Prisioneiros Palestinianos revelou que desde que Israel lançou operações militares na Faixa de Gaza, o exército israelita deteve mais de 9.450 palestinianos na Cisjordânia e na Jerusalém Oriental.
Devido ao baixo efetivo policial no local, algumas tropas do exército israelense foram chamadas para dar reforço e retiradas da linha de frente em Gaza e Cisjordânia. Líderes militares israelenses criticaram fortemente o incidente, por afetar a defesa e a segurança nacional e atrapalhar os destacamentos militares israelenses contra o Hezbollah no Líbano.
O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, tenente-general Halevi, e o porta-voz, major-general Hagari, foram forçados a suspender a reunião militar contra o Hezbollah no Líbano e a mobilizar tropas para o local para lidar com os tumultos. O exército israelense foi forçado a retirar pelo menos dois batalhões da 933ª Brigada de Infantaria “Nahar” da linha de frente de Gaza e também transferiu algumas tropas de volta da Cisjordânia, interrompendo o plano original de invasão na região.
Legisladores e políticos sionistas apelaram às Forças de Defesa de Israel para libertarem os soldados. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, condenou as prisões de manifestantes pela polícia militar, chamando a prisão dos “heróis” de “muito vergonhosa”. O Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, publicou um vídeo na Rede X dizendo que os soldados em questão deveriam ser tratados como heróis, não como criminosos.
Depois que o tumulto acabou, parte dos militares criticaram fortemente os atos. Halevi criticou: “Viemos… para garantir que nada mais sério aconteça. A chegada de bandidos e suas tentativas de invadir a base são atos graves que violam a lei e estão próximos da anarquia, prejudicam a segurança nacional e o esforço de guerra.” O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também condenou o incidente e pediu calma.