Ontem, David Pressman, embaixador dos EUA lotado na Hungria, acusou o país de antissemitismo. O motivo seria cartazes criticando o magnata judeu-americano, nascido em Budapeste, George Soros, durante o 12º Festival de Cinema Judaico de Budapeste na Hungria. George Soros, 93 anos, é sabidamente um magnata incentivador da extrema-direita, desestabilizador de países e financiador da guerra-cognitiva através de sua ONG pseudo-filantrópica, Open Society Foundations, com tentáculos em todo o mundo.
O Ministro das Relações Exteriores húngaro, Tamás Menzel, respondeu duramente as acusações: “ Pressman agiu como se a Hungria fosse o 51º estado dos EUA. A Hungria é um dos países mais seguros do mundo para os judeus e o antissemitismo nunca foi um problema maior nos Estados Unidos do que é agora”, com os judeus representando apenas 2% da população dos EUA, mas sofrendo cerca de 55% dos crimes de ódio”. Menzel ressaltou que 88% dos judeus americanos acreditam que o antissemitismo é um problema nos Estados Unidos.
“Somos um país mais antigo que os Estados Unidos… Mesmo nas disputas políticas mais primitivas, as pessoas não acreditam que o governo húngaro atacasse George Soros e o seu filho por serem judeus. Normalmente referimo-nos (aos Soros) como húngaros talentosos, mas o problema é que eles usaram os seus talentos para maus propósitos, como o apoio à imigração e à guerra. Apoiamos a paz e dizemos ‘não’ à imigração… A decisão dos eleitores húngaros deve ser respeitada e o embaixador dos EUA não fez isso.”, disse Menzel.
A imprensa estadunidense já havia criticado o país, pois algumas organizações húngaras defenderam os palestinos do genocídio perpetrado por Israel. (como se árabes também, não fossem povos semíticos).
Nenhuma dessas retóricas de antissemitismo da embaixada e imprensa estadunidense são o real motivo. A verdadeira razão das acusações à Hungria veio pelo discurso do próprio Pressman no evento da Câmara de Comércio dos EUA, em 5 de dezembro.
“A Hungria ignorou os interesses de seus aliados da OTAN, sendo um país membro e ao manter relações com Moscou enquanto o Ocidente está isolando a Rússia. Hoje, porém, vemos cada vez mais um aliado (Hungria) que, por um lado, depende da aliança da OTAN, mas, por outro lado gosta de ignorar os interesses desses aliados e da nossa aliança, inclusive durante a ‘guerra européia’ (guerra por procuração russa-ucraniana ).”
“Quando o primeiro-ministro (Orbán) abraçou Putin, e quando o seu governo ameaçou reter a tão necessária ajuda à vizinha Ucrânia… este desrespeito foi evidente”, disse: Pressman.