Por VeritXpress
O presidente dos EUA, Biden, anunciou em comunicado (23/02) que, em resposta ao segundo aniversário do conflito Rússia-Ucrânia e à morte do seu Guaidó russo, Navalny, o governo dos EUA imporá mais 500 novas sanções à Rússia.
Biden afirmou que os Estados Unidos garantirão que o presidente russo, Vladimir Putin, pague um “preço ainda mais pesado”. Para Biden, se a Rússia não for obrigada o pagar um preço pelo conflito na Ucrânia, os militares russos continuarão a avançar e os Estados Unidos e sua OTAN “sofrerão consequências maiores”.
“Hoje, em resposta ao ataque da Rússia à Ucrânia e à morte de uma figura da oposição, anuncio mais de 500 novas sanções contra a Rússia”. “Essas sanções terão como alvo indivíduos associados à prisão de Navalny, bem como a base industrial de defesa, redes de compras e pessoas em todo o mundo que estão ajudando a Rússia a contornar as sanções”, disse Biden.
Biden também anunciou que o governo dos EUA imporia restrições às exportações de quase 100 entidades que “forneciam apoio às operações militares russas” e tomaria medidas para reduzir ainda mais as receitas energéticas russas. Ele também orientou o governo dos EUA a fortalecer o seu apoio à chamada “sociedade civil, mídia independente e democratas em todo o mundo”.
Se o anúncio não fosse realizado oficialmente pelo próprio Biden na Casa Branca, pensar-se-ia em se tratar de um comediante de stand-up. Desde o início do conflito na Ucrânia, foram impostas à Rússia mias de 17.500 sanções, um recorde histórico. No entanto, a economia russa só cresce. Quinhentas sanções a mais ou a menos não fará qualquer diferença.
Segundo projeções do FMI, o PIB russo para 2024 superará o PIB alemão, o Reino Unido admite estar em recessão, ambos principais países sancionadores. Enquanto o crescimento estimado para a Rússia neste ano é de 2.6%, para o bloco da zona do euro é de 0.9%. A Alemanha, motor da economia europeia, é uma das economias mais prejudicadas pela falta do gás barato russo e terá um crescimento de 0.6%. Para Putin, o PIB da Rússia crescerá 3,6%, o que superaria as expectativas de crescimento médio global de 3% do FMI.
Mesmo com as sanções, as compras francesas de gás natural liquefeito russo em 2023 foram 41% superiores, as compras do mesmo período em 2022, segundo a publicação francesa, TFI. Na prática, todos os países europeus continuam comprando energia russa, revendidas por países terceiros e pagando ainda mais caro.
Essa nova rodada de sanções inócuas de Biden ocorre no momento em que as forças russas acabam de tomar a cidade ucraniana de Avdiivka e Biden enfrenta imensa dificuldade em aprovar no Congresso estadunidense uma lei de ajuda de 60 bilhões de dólares à Ucrânia. O Senado aprovou, mas a Câmara de Representantes, a qual tem maioria de Republicanos, entrou em recesso sem aprovar a lei.
O desespero de Biden tem como objetivo humanitário ajuda-lo em sua reeleição. Não porque o eleitor estadunidense seja a favor de se dar ainda mais dinheiro aos ucranianos, mas sim, como Biden explicará ter dado bilhões de dólares do contribuinte para um país derrotado no ano eleitoral.
Por isso, surge esse anúncio tão risível de novas sanções à Rússia.