Por VeritXpress
Nesta semana, a Arábia Saudita anunciou que não renovará o acordo do petrodólar. Há 50 anos, a Arábia Saudita comprometeu-se a vender petróleo em dólar americanos, quando em 1974, o então secretário de Estados americano, Henry Kissinger, e o Príncipe saudita, Fahd bin Abdul Aziz Al-Saud, fecharam o acordo.
Pela proposta, as exportações de petróleo sauditas seriam pagos em dólares norte-americanos independente de qual fosse o país comprador. No último domingo (09), o atual Príncipe saudita, Mohammed bin Salman, anunciou que não renovará o acordo.
A decisão de Riade tem a capacidade de pôr a pá de cal no já combalido dólar nas trocas internacionais, agravado nos últimos anos pelo seu uso como arma de guerra econômica, roubo de reservas e sanções a países “não alinhados”.
Um dos motivos para a decisão da Arábia é o comércio cada vez mais estreito com países como China, Índia, Japão e Rússia, que aumentam o uso de trocas em moeda regionais.
A Rússia anunciou ontem que não usará mais o dólar e no recente Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF -2024), anunciou-se a criação de um sistema de pagamentos independente pelo BRICS, não sujeito a pressões externas e a criação de uma nova moeda de referência para as transações comerciais, ancorada em commodities, ouro e numa cesta de moedas de diversos países. [Os tópicos-chave de Putin no Fórum Econômico de São Petersburgo].
A Arábia Saudita também fará parte do Projeto mBridge, um outro projeto paralelo, que usará moedas digitais (CBDCs) para o comércio internacional, lançado em 2021, entre os bancos centrais da China, Hong Kong, Tailândia e Emirados Árabes Unidos.
O diretor do GeoEconomic Center da think tank Atlantic Council, Josh Lipsky, disse recentemente, referindo-se ao Projeto mBridge: “ que no próximo ano você pode esperar ver uma expansão da liquidação de commodities na plataforma fora do dólar – algo que já estava em andamento entre a China e a Arábia Saudita, mas agora tem uma nova tecnologia por trás dele.”