Por VeritXpress
Na tarde de 26 de abril, horário de Pequim, o presidente Xi Jinping reuniu-se com o Secretário de Estado dos EUA, Blinken, no Grande Salão do Povo, em Pequim. No entanto, antes do encontro, Blinken esteve reunido com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.
Segundo relatório oficial do Ministério das Relações Exteriores, Washington e Pequim concordaram em 5 pontos de interesses mútuos.
1– Ambas as partes concordaram em continuar os trabalhos para estabilizar e desenvolver as relações sino-americanas de acordo com a orientação dos dois chefes de estado e concordaram em acelerar a implementação do último consenso alcançado em São Francisco.
[O consenso de São Francisco foi um encontro realizado entre o Presidente Biden e Xi Jinping, onde a China propôs cinco pilares para a diplomacia entre ambos os países. Estabelecer em conjunto um entendimento correto, gerir conjuntamente as diferenças de forma eficaz, promover conjuntamente a cooperação mutuamente benéfica, assumir conjuntamente as responsabilidades das grandes potências e promover conjuntamente intercâmbios culturais e de cidadãos sino-americanos.
A China se dispôs a cooperar, mas a cooperação deve ser bilateral. Xi Jinping afirmou na ocasião que seu país não tem medo da concorrência, mas a concorrência deve consistir num progresso comum e não num jogo de soma zero. Pequim insiste no não-alinhamento a Washington e ambos os lados podem ter seus próprios amigos e parceiros e não se atacarem, não se oporem e não se prejudicarem. “A China está feliz em ver os Estados Unidos confiantes, abertos, prósperos e em desenvolvimento, e espera que os Estados Unidos também possam ver o desenvolvimento da China de uma forma positiva e positiva”, disse Jinping].
2 – Ambos os países prometeram manter intercâmbios e contatos de alto nível nas áreas da diplomacia, economia, finanças, comércio e intercâmbio nas áreas militares. Continuar a realizar intercâmbios entre militares. Aumentar a cooperação sino-americana em matéria de controle de drogas, alterações climáticas e inteligência artificial. (Os EUA acusam a China de facilitar a epidemia do vício em Fentanil na população americana, ao vender químicos usados na produção do opióide, em sua maioria produzido e traficado pelos cartéis mexicanos).
3 – Anunciou-se a primeira reunião do Diálogo Intergovernamental China-EUA, que tratará sobre Inteligência Artificial, assuntos marítimos no Pacífico, alterações climáticas e a formação de um Grupo de Trabalho Antidrogas China-EUA.
4 – Os dois lados acordaram em expandir o intercâmbio cultural e interpessoal, acolher estudantes de ambos os países e realizar o 14º Diálogo de Turismo entre China-EUA, a ser realizado em Xi’an, em maio próximo.
5– Comprometeram-se em fortalecer a comunicação entre ambos, através de consultas sobre questões críticas internacionais e regionais.
Quanto ao Encontro entre Antony Blinken e Xi Jinping
Xi Jinping destacou que este ano marca o 45º aniversário das relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos. As relações sino-americanas passaram por altos e baixos desde então, mas deram em acordos importantes e os dois países deveriam ser parceiros, não rivais, para alcançar o sucesso mútuo, não se prejudicarem, deveriam procurar pontos comuns, ao mesmo tempo, respeitar suas diferenças, em vez de uma competição feroz e serem fiéis às suas palavras acordadas, ao invés de dizerem uma coisa e fazerem outra.
Foram propostos três princípios: respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação vantajosa para todos.
Xi Jinping enfatizou que, há três semanas, teve um telefonema com o Presidente Biden e discutiu as nossas considerações para o desenvolvimento estável das relações Sino-EUA neste ano.
A China propôs que ambos os lados valorizem a paz, a estabilidade e a confiança. O mundo está passando por grandes mudanças nunca vistas em um século. O Chefe de Estado chinês salientou que EUA e China devem trabalhar em um futuro partilhado para a humanidade, que é a bandeira da diplomacia da China e foi bem recebida por muitos países em todo o mundo.
“A Terra é tão grande e os humanos enfrentam muitos desafios comuns. Os antigos chineses falavam em trabalhar juntos no mesmo barco, mas penso que agora precisamos trabalhar juntos no mesmo planeta. A sociedade humana está intimamente relacionada entre si em termos de bênçãos e infortúnios. Estamos entre vocês em todos os países, e vocês estão entre nós. Devemos construir o maior consenso para alcançar uma situação de ganha-ganha e multi-ganha. Este é o ponto de partida básico para a China ver o mundo e as relações sino-americanas. Sempre acreditei que um país grande deveria comportar-se como tal, tendo em mente a responsabilidade de ser um país importante. A China e os Estados Unidos devem dar o exemplo neste sentido, assumir a responsabilidade pela paz mundial, criar oportunidades para o desenvolvimento de todos os países, fornecer bens públicos ao mundo e desempenhar um papel positivo na unidade mundial”, disse o líder chinês, Xi Jinping.
Blinken transmitiu pela primeira vez as saudações do presidente Biden ao presidente Xi Jinping, dizendo que “desde que o presidente Biden e o presidente Xi Jinping se encontraram em São Francisco, os dois lados fizeram progressos positivos na cooperação entre os dois países, incluindo o controle de drogas, a inteligência artificial e as relações interpessoais. O mundo enfrenta hoje muitos desafios complexos, todos os quais exigem cooperação entre os Estados Unidos e a China. Durante a minha visita à China, o povo americano de todas as esferas da vida na China que conheci também espera ver a melhoria das relações entre os EUA e a China. Os Estados Unidos não procuram uma “nova Guerra Fria”, não procuram mudar o sistema da China, não procuram conter o desenvolvimento da China, não procuram opor-se à China através de alianças e não têm intenção de entrar em conflito com a China. Os Estados Unidos aderem à política de Uma Só China e esperam manter a comunicação com a China e implementar seriamente o Consenso de São Francisco alcançado pelos dois chefes de estado, procurará mais cooperação, evitar mal-entendidos e julgamentos errados, gerir as diferenças de forma responsável e promover o desenvolvimento estável entre os países”.
Apesar das declarações diplomáticas de Blinken na reunião, nenhuma das afirmações feitas por ele, têm sido a política dos EUA para com o país asiático. Muito pelo contrário, Washington têm realizado o oposto de tudo que seu representante disse acima.