Por VeritXpress
O grupo de mídia libanesa, Al-Manar, transmitiu há algumas horas o aguardado pronunciamento do secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah. Aguardado, pelos recentes assassinatos impetrados por Israel, um político do Partido do Hamas no Líbano, o general iraniano Musavi (25/12) na Síria, a prisão de 34 suspeitos por ligações com a Mossad que se preparavam para realizar atentado contra palestinos em solo turco (03/01) e do atentado ocorrido há algumas horas contra peregrinos em visita ao túmulo de Soleimani no Irã.
Tel Aviv nega a autoria das explosões que mataram até o momento 103 pessoas e feriram outras 188, no entanto, foi o mesmo modus operandi usado pela Mossad há décadas. Israel está em uma corrida desesperada para espalhar o conflito por todo o Oriente-Médio e assim arrastar os EUA a uma guerra quente na região. Washington apoia Tel Aviv, mas não deseja fazê-lo às claras, com duas guerras nas costas, além da fuga a lá Jerry Lewis do Afeganistão, as chances de Biden e democratas se reelegerem se tornam cada vez mais improvável.
Sayyed Nasrallah enfatizou que o Hezbollah mostrou a maior coragem quando entrou na guerra em 7 de outubro, apesar de todas as capacidades militares israelenses e das ameaças dos EUA, os combatentes do Hezbollah estão prontos para enfrentar todas as decisões militares do inimigo. Condenou e denunciou os crimes sionistas, enumerou as derrotas em todos os espectros igualmente na área milita. No entanto, não aumentou as tensões a Tel Aviv, o que deixou claro, que não mordeu a isca israelense de entrar em uma guerra aberta e total, como esperava o Estado sionistas.
O secretário do Hezbollah disse também, que após a operação a (mesquita de) Al-Aqsa, os israelenses e todos os seus aliados ficaram extremamente furiosos e planejaram aproveitar a oportunidade para travar uma guerra total contra o Líbano e a Cisjordânia, além de Gaza, mas a prontidão militar do Hezbollah impediu a implementação deste esquema.
Se a frente libanesa estivesse silenciosa quando a guerra israelense em Gaza começou, os libaneses teriam acordado à meia-noite para ver os caças israelenses destruindo tudo, afirmou Sayyed Nasrallah e acrescentou que o alerta e a prontidão militar do Hezbollah frustraram o esquema “surpresa” israelense, afirmando que os poderosos ataques da Resistência enviaram uma mensagem clara ao inimigo, de que o grupo é corajoso e implacável.
Nashallah explicou que nos dias 8 e 9 de outubro, o gabinete israelense discutiu planos para atacar o Líbano, mas um dos generais alertou o comando político para não envolver Israel numa guerra aberta contra o Hezbollah para evitar a destruição maciça das áreas habitadas ao norte de Israel, onde se encontram três quartos da população sionista. Salientou que todas as ameaças americanas, britânicas, francesas e alemãs não conseguiram obrigar o Hezbollah a parar os ataques aos locais fronteiriços sionistas, sublinhando que quem planeja entrar em guerra com a Resistência irá arrepender-se.
“A guerra contra o Hezbollah custará muito caro para Israel. O Hezbollah está agora levando em consideração os interesses e as condições libanesas, mas os mesmos interesses ultrapassarão todos os limites se uma guerra total for lançada contra o Líbano”, afirmou o líder do Hezbollah.
Para Nasrallah, o atentado contra Saleh Arouri foi uma agressão ao Hamas e à população de Dahiyeh, subúrbio ao sul de Beirute, onde se encontrava Arouri quando morto por Israel. (Saleh Aurori era um político do Partido Hamas, não pertencia às Brigadas Al-Qassan, braço armado do Hamas, e portando, não tinha valor estratégico militar nenhum. Foi um assassinato midiático para provocar o Hezbollah a declarar guerra contra Tel Aviv).
O líder do Hezbollah indicou existirem esquemas, antes da operação de Al-Aqsa, para provocar a sedição entre as facções palestinianas, a fim de expulsar todos os palestinianos da Faixa de Gaza. Sublinhou também a importância da marinha iemenita ao bloquear a passagem dos navios afiliados a Israel através do Mar Vermelho.
Nasrallah declarou perdas significativas das forças armadas israelense, a revitalização da causa palestina depois que estava prestes a cair no esquecimento e impor a solução de dois Estados. Continuou, “a nova geração do povo palestino continua tão comprometida com sua causa, quanto a geração anterior; houve o aumento do apoio popular aos grupos de resistência na Palestina, apesar de todos os massacres e da tentativa de culpar a resistência palestina pelos crimes sionistas.
Salientou a queda moral de “Israel” e da sua imagem perante a comunidade internacional. Inclusive que 50% dos jovens americanos consideram que “Israel” deve ser erradicado e que o povo palestino deve recuperar os seus direitos. Ficou explícito de que entidade israelenses são violadoras das leis internacionais. “Israel violou todas as leis internacionais”, declarou Nasrallah.
“O Hezbollah, os grupos de resistência palestinos, iraquianos e as forças armadas do Iêmen provaram que não serão dissuadidos pelas ameaças dos sionista e dos Estados Unidos. Também conseguiu-se derrubar a superioridade midiática de desinformação israelense, além de desmistificar o mito da superioridade militar sionista, com milhares de soldados israelenses mortos ou feridos em combate contra o Hezbollah, apesar do inimigo não reconhecer isso. E 300 mil militares sionistas solicitaram tratamento psicológico desde 7 de outubro e centenas de milhares de outros foram deslocados do norte da Palestina ocupada.