Por redação
Os Houthis – grupo de insurgência iemenita – e o Hezbollah – partido e resistência libanesa – foram os primeiros a entrarem em defesa dos palestinos contra o genocídio perpetrado por Israel. No início, os Houthis realizaram ataques de drones e foguetes ao Estado sionista de Israel. Dada os mais de 1500 km de distância entre o Iêmen e os alvos em solo israelense, os ataques foram pouco eficazes pela falta de precisão.
Logo, a marinha iemenita percebeu ser mais eficaz impedir o tráfego de navios sionistas pelo Mar Vermelho. Nessa última semana, os houthis anunciaram que todos os navios cujo destino seja o território palestino ocupados por Israel serão atacados até o cessar dos assassinatos em massa das mulheres, crianças e civis palestinos.
A marinha iemenita alcançou o resultado esperado ao fechar o estreito de Bab-El Mandeb. O Brigadeiro Yahya Saree, porta-voz das forças armadas iemenitas, enfatizou que as forças armadas iemenitas impediram a passagem de diversos navios em direção ao Porto de Eilat (Israel), que se encontra hoje paralisado e vazio.
Estima-se que o PIB de Israel, até agora, teve um decréscimo de 11%. Analistas acreditam que o Iêmen tem capacidade militar para manter o Mar Vermelho fechado por um longo período, mesmo com a recente declaração de Washington em enviar suas naus de guerra e do envio de corvetas por Tel Aviv à região.
Os Houthis têm uma vasta gama de capacidades e tácticas, algumas das quais foram utilizadas em ataques recentes. Desde o uso de minas marítimas, operações de escalar navios e controlá-los através da utilização de pequenas embarcações ou helicópteros, ataques de múltiplos foguetes saturando os sistemas de defesa das embarcações ou à distância por mergulhadores treinados.
Também contam com o lançamento de mísseis de curta distância a partir de lanchas, drones de ataque suicida como “Shahab”, “Qasif” e “Wed”, mísseis de cruzeiro antinavio com alcance entre 80 e 300 km, incluindo mísseis “Sayad” e “Sajil”.
Possuem mísseis balísticos antinavio de longo alcance, os quais requerem informações sobre o alvo em tempo real para sua utilização. A coleta dessas informações é feita por drones, navios ou forças parceiras. Acredita-se que o alcance de seus mísseis seja de até 300 km a partir do território do Iêmen.
Sendo assim, qualquer navio que se aproxime do estreito de Bab al-Mandab, vindo pelo Golfo de Aden, pode ser interceptado do norte do Iêmen e naus de guerra que tentem furar o bloqueio, podem ser alvo das armas em Sanaã (capital do Iêmen).
O alcance dos drones suicidas é ainda maior e podem ameaçar alvos mais distantes, como os drones “Shahab”, pertencente à família “Samad”. Acredita-se que esses drones estejam equipados com uma cabeça de busca ambiental eletro-óptica e tenham um alcance máximo entre 600 e 1200 km e carreguem ogivas relativamente pequenas pesando cerca de 40 kg.
Mesmo que alguns dos navios passem ilesos até o porto de Eilat, o risco da rota causou o aumento, e aumentará ainda mais, o valor cobrado pelas seguradoras para cobrir as cargas e navios, e muitos marinheiros se negarão trabalhar por essa rota.